Sendo a Palavra confirmada de Deus, a Bíblia é o maior livro já escrito. Uma das muitas razões para isso é o número espantoso de profecias específicas cumpridas que ela contém. E, muitas dessas profecias dizem respeito à vida e aos tempos do Messias. Por exemplo, o livro de Daniel predisse o momento exato da chegada do Messias com 483 anos de antecedência (veja Daniel 9.25).
O livro de Zacarias previu a traição de Cristo por 30 moedas de prata (Zacarias 11.12), e Miquéias predisse que o local do nascimento do Messias seria Belém (Miquéias 5.2). As Escrituras contêm dezenas e dezenas de profecias messiânicas como estas, todas apontando para um Homem – Jesus de Nazaré.
Mas, você sabia que a Bíblia contém ainda mais evidências da autoridade divina de Jesus? Apesar da probabilidade remota dEle cumprir apenas algumas dezenas, as profecias messiânicas apenas arranham a superfície do que a Bíblia tem a dizer sobre o Messias. Na verdade, se as afirmações de Jesus forem verdadeiras (e elas são!), todo o Antigo Testamento aponta para Ele. Isso mesmo, todo o Antigo Testamento.
O Antigo Testamento
Infelizmente, quando se trata de estudar a Bíblia, muitos cristãos negligenciam o Antigo Testamento. Claro, eles podem ler Gênesis, Salmos e Provérbios. Em sua maioria, porém, os cristãos consideram os outros livros do Antigo Testamento como chatos ou irrelevantes.
No entanto, nada poderia estar mais longe da verdade! Pois, um estudo cuidadoso do Velho Testamento revela o plano mestre de Deus para enviar um Salvador cuja vida seria dada como oferta pelo pecado (Isaías 53).
Em referência ao que chamamos o Antigo Testamento, Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39). Jesus também disse que não veio abolir a lei ou os profetas, mas para cumprir o seu propósito (Mateus 5.17).
E, após Sua ressurreição, Ele explicou como as Escrituras apontavam para Ele mesmo (Lucas 24.27), como tudo que estava escrito sobre Ele na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos tinha de ser cumprido (Lucas 24.44).
Ao fazer isso, Jesus não estava se referindo apenas às profecias messiânicas. Ele também estava lembrando as histórias, os símbolos, as leis, os costumes e outros elementos do Antigo Testamento. Porque todos os aspectos do Antigo Testamento apontam para Jesus.
Como declara o livro de Hebreus, “…a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas” (Hb 10.1a). Em outras palavras, a lei e os profetas nos deram um vislumbre da vida, morte e ressurreição de Jesus.
E um desses lampejos é descrito no livro do Êxodo. Trata-se da Arca da Aliança.
A Arca da Aliança
Durante o êxodo do Egito, Deus instruiu os israelitas a construirem uma caixa conhecida como a Arca da Aliança. Mas Deus não disse apenas: “Vamos lá, construam uma caixa”. Ele forneceu instruções detalhadas e específicas sobre como a caixa era para ser feita.
E, sabe de uma coisa? Quando você estuda Suas instruções, você verá que elas servem para fazer uma só coisa: glorificar o nome de Jesus Cristo.
A descrição da Arca de Deus é encontrada no livro do Êxodo. Lá, Ele revela suas dimensões, como carregá-la, e o que colocar dentro dela. Ele instrui os israelitas a fazer a cobertura da Arca (que Ele chama de “propiciatório” ou “lugar de expiação”) de ouro puro. Sobre este, eles devem montar dois anjos feitos de ouro puro e colocá-los em ambos os lados, um de frente para o outro, e olhando para baixo sobre o propiciatório (Êxodo 25.18-20).
Ele então os instrui a colocar dentro dela as tábuas de pedra inscritas com os Dez Mandamentos. Aprendemos mais tarde que a Arca também continha o bordão de Arão que floresceu, bem como uma urna contendo o maná (Hebreus 9.4).
Em seguida, Deus instruiu os hebreus a fazerem uma cortina especial e a colocarem a Arca da Aliança por trás dela. Esta cortina era para separar o Lugar Santo do Santo dos Santos (Êxodo 26.33), e simboliza a barreira que o pecado cria entre a humanidade e o Criador.
No Santo dos Santos, o próprio Deus estava presente em uma nuvem sobre o propiciatório (Levítico 16.2; Números 7.89). Este era o lugar onde o sumo sacerdote aspergia o sangue de um sacrifício para expiar os pecados do povo (Levítico 16.14-15).
Enquanto os israelitas provavelmente não entenderam o propósito de todas estas instruções, o objetivo de Deus foi revelado mais tarde na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Tudo aponta para Jesus
Jesus disse: “as Escrituras… testificam de mim” (João 5.39). E as instruções de Deus para a concepção e a utilização da Arca da Aliança não são exceção. Basta estudar os relatos dos Evangelhos, e você vai perceber como é verdade que tudo nas Escrituras aponta para Jesus.
Vamos começar com o conteúdo da Arca. Um dos itens encontrados no seu interior era uma urna de maná (Hebreus 9.4). Maná foi o pão do céu que Deus forneceu aos hebreus enquanto vagavam pelo deserto (Êxodo 16). Este é um símbolo de Jesus, que é o verdadeiro Pão da Vida.
O próprio Jesus disse: “…não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (João 6,32-33).
A Arca também continha a vara de Arão que brotou (Hebreus 9.4). Você se lembra da história da vara de Arão? Deus tinha mandado Moisés colocar doze bordões de madeira (representando as doze tribos de Israel) na frente da Arca. Em cada bordão estava escrito o nome do líder da sua tribo, e Deus prometeu que o cajado do homem que Ele escolheria para servir como sumo sacerdote floresceria (Números 17.1-8).
A presença da vara de Arão na Arca é adequada, uma vez que Jesus serve como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4.14-15). Como Sumo Sacerdote, Jesus se aproximou de Deus em nosso nome e ofereceu um sacrifício de sangue para expiar nossos pecados.
Mas aqueles não eram os únicos itens na Arca. Ela também continha as tábuas de pedra inscritas com os Dez Mandamentos (Hebreus 9.4). Este é um símbolo da dedicação que Jesus teve à lei. Ao contrário do que alguns acreditam, Jesus não veio abolir a lei, mas cumpri-la (Mateus 5.17).
Isaías disse que o Messias iria exaltar e honrar a lei (Isaías 42.21), e Paulo descreveu como Jesus nos resgatou da maldição pronunciada pela lei, porque, quando Ele foi crucificado, tomou sobre si a maldição por nossos erros (Gálatas 3:13).
No entanto, não é apenas o conteúdo da Arca que aponta para Jesus e glorifica Seu nome. O desenho da própria Arca aponta para Ele.
Chorando fora do túmulo vazio, Maria Madalena olhou para dentro e viu dois anjos – um assentado onde estivera a cabeça de Jesus e o outro assentado onde os pés de Jesus tinham estado (João 20.12). Será que isso parece uma imagem familiar? Deveria.
Lembre-se, Deus ordenou que os hebreus colocassem dois anjos em extremos opostos na tampa da Arca. Estes dois anjos deveriam olhar para baixo sobre o propiciatório, também conhecido como “o lugar da expiação” (Êxodo 25.18-20). Foi precisamente o que Maria viu no túmulo vazio: anjos em extremidades opostas no lugar onde Jesus foi colocado para descansar – o verdadeiro propiciatório e local de expiação.
A Arca prenunciava a vinda de Jesus e os eventos que cercam Sua ressurreição. Jesus foi o sacrifício final. Como nosso Sumo Sacerdote, Ele entrou no Lugar Santíssimo e assegurou nossa redenção para sempre com o seu próprio sangue, em vez do sangue de animais (Hebreus 9.12).
Quando Jesus fez isso, a cortina do templo que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos se rasgou em duas, de alto a baixo (Mateus 27.51). O pecado já não separava os homens de Deus, porque, uma vez por todas, Jesus veio e tirou nossos pecados, dando Sua própria vida como um sacrifício santo (Hebreus 9.26).
Por: Britt Gillette