Quem Foi o Rei Manassés na Bíblia?


 

O rei Manassés foi um monarca de Judá que reinou por 55 anos. Ele era filho do rei Ezequias com Hefzibá. A história do rei Manassés está registrada na Bíblia nos livros de Reis e Crônicas (2 Reis 21; 2 Crônicas 33).

O rei Manassés ficou conhecido por ter sido um dos piores reis do reino do sul – senão o pior. Aqui vale saber que na época em que Manassés governou, o povo de Israel já havia sido dividido em dois reinos. Isso aconteceu logo após a morte do rei Salomão – portanto muito antes do tempo de Manassés.

As tribos do norte se rebelaram e formaram o Reino de Israel, enquanto que as tribos do sul formaram o Reino de Judá e mantiveram os descendentes do rei Davi no trono. Então o rei Manassés reinou no reino do sul.

O rei Manassés ascendeu ao trono com apenas 12 anos de idade e permaneceu nele por quase 55 anos. Os estudiosos indicam que nos primeiros dez anos de seu reinado ele foi co-regente com seu pai, o rei Ezequias. Então o período total de seu reinado provavelmente ocorreu entre 696 e 642 a.C.; sendo de 696 a 686 a.C. como co-regente, e de 686 a 642 a.C. como único regente em Jerusalém.

O reinado do rei Manassés

O reinado do rei Manassés foi longo, mas também muito problemático, trazendo prejuízos terríveis para o povo de Judá. R. J. A. Sheriffs explica que o reinado de Manassés foi um período de grande retrocesso religioso, onde o povo judeu acabou sofrendo influência da Assíria e absorvendo elementos de seu culto. Isso resultou num sincretismo religioso que introduziu em Judá o baalismo, um culto a Astarte nos “lugares altos”, adoração aos astros, e espiritismo e adivinhações (New Bible Dictionary, 1962).

Então de forma geral, pode-se classificar o reinado do rei Manassés como um reinado sanguinário e de profunda corrupção moral e religiosa. Ele derramou muito sangue inocente (2 Reis 21:16).

Diferentemente de seu pai, o rei Manassés abraçou de vez a idolatria e chegou ao ponto introduzir um ídolo no Templo do Senhor em Jerusalém. Se não bastasse isso, ele ainda ofereceu sacrifícios humanos, fazendo com que seus filhos passassem pelo fogo no vale de Hinom – algo completamente abominável perante o Senhor.

A corrupção religiosa durante o reinado de Manassés foi tão grande que o escritor bíblico do livro de Reis registra que esse período marcou o ponto final da tolerância de Deus com Jerusalém e Judá, resultando posteriormente no cativeiro babilônico. Da mesma forma como a casa de Acabe e o reino do norte com sua capital em Samaria foram julgados por Deus, assim também sucedeu ao reino do sul com sua capital em Jerusalém (2 Reis 21:13).

Por isso no texto bíblico lemos que o Senhor falou por intermédio dos profetas dizendo que o rei Manassés havia cometido tantas abominações que ele conseguiu fazer pior do que tudo o que os amorreus tinham feito antes dele (2 Reis 21:10-12). Aqui vale saber que os amorreus eram os habitantes originais da terra de Canaã e, portanto, um povo pagão que não temia ao Senhor. Assim, o rei Manassés conduziu o povo de Judá ao pecado diante do Senhor.

O fim da vida do rei Manassés

O rei Manassés se recusou a ouvir as exortações do Senhor através de seus profetas. Consequentemente ele chegou até a ser deportado para a Babilônia sob o domínio dos assírios. Mas o texto bíblico do livro de Crônicas relata que Manassés se humilhou e orou ao Senhor, demonstrando arrependimento.

Alguns comentaristas, inclusive, duvidam do caráter genuíno do arrependimento de Manassés. Mas o texto bíblico registra que o rei Manassés foi restaurado por Deus, o que indica que seu arrependimento parece ter sido genuíno (2 Crônicas 33:10-13).

De volta à cidade de Jerusalém, o rei Manassés promoveu algumas reformas. Ele implantou projetos para fortificação de Judá e buscou reverter o estado de idolatria em que o reino se encontrava. Para tanto, ele retirou do Templo e de Jerusalém os ídolos e os altares que ele mesmo tinha edificado.

Quando o rei Manassés morreu, seu filho, Amom, reinou em seu lugar, e mais uma vez fez aquilo que era mau perante o Senhor. Além disso, as reformas do rei Manassés parecem ter sido superficiais ou incompletas, pois mais tarde o rei Josias teve que destruir alguns altares que foram edificados no tempo do reinado de Manassés (2 Reis 23:12).

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