“E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo;
E no tempo próprio mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no vazio.
E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este, e afrontando-o, mandaram-no vazio.
E tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram.
E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez que, vendo, o respeitem.
Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa.
E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha?
Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isto, disseram: Não seja assim! (Lucas 20:9-16)”
A parábola dos Lavrados Maus também pode ser encontrada em: Marcos 12:1-12 e Mateus 21:33-46
Lição: A mensagem central da parábola é que Deus escolheu Israel como seu povo, mandou profetas para transmitir sua mensagem e até mesmo o seu próprio filho, mas esse povo não soube entender a mensagem divina. Por isso a mensagem não será mais privilégio de um povo, mas destinada a todas as gentes.
Resumo da parábola dos Lavradores Maus
Jesus conta que na parábola certo homem fez uma plantação de uvas, arrendou-a para uns lavradores e depois foi viajar, ficando fora por muito tempo. Quando chegou o tempo da colheita, ele mandou um empregado para receber a sua parte. Mas os lavradores bateram nele e o mandaram de volta sem nada. O dono mandou outro empregado, mas eles também bateram nele, depois o trataram de modo vergonhoso e o mandaram de volta sem nada. Então ele enviou um terceiro empregado, mas os lavradores também bateram nele e o expulsaram. Aí o dono da plantação pensou: “O que vou fazer? Já sei: vou mandar o meu filho querido. Tenho certeza de que vão respeitá-lo.” Mas quando os lavradores viram o filho do dono da vinha disseram: “Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa.”
Ensinos da parábola do Bom Samaritano
Os personagens desta história são facilmente identificáveis. O dono da vinha é Deus; a vinha é Israel; os lavradores são os líderes religiosos; os servos são os profetas, sacerdotes e todos aqueles escolhidos para transmitirem e fazer a obra destinada por Deus; o filho é o Messias Jesus; os outros são os gentios. No Antigo Testamento Israel é constatante comparada a uma vinha (Sl 80.8-13; Is 5.1-7; Jr 12.10; Os 10.1). A vinha retrata a obra de Deus (plantar uma vinha) e seu cuidado paciente em atender e cuidar do seu povo.
Jesus descreveu um método muito utilizado por negociantes da época – um proprietário que se ausentava na maioria das vezes sempre contratava lavradores para serem seus arrendatários e cuidarem dos seus campos de colheita. Os lavradores plantavam e com os ganhos pagavam o seu “aluguel” dando uma parte da colheita ao dono da terra, que enviava servos na época de colheita para receber em seu lugar, mas sempre havia tensões; há registros de disputas amargas entre proprietários e seus arrendatários.
Percebemos na parábola que quando chegou a época da colheita das uvas, o proprietário mandou um servo aios lavradores para receber o “aluguel” – ou seja, a sua parte dos frutos. Os servos representavam os profetas e sacerdotes que Deus tinha enviado ao longo dos anos à nação de Israel. A imagem de lavradores furiosos espancando o servo do proprietário e enviando-o de volta sem nenhum “aluguel” retrata os lideres religiosos aos quais tinha sido confiado o cuidado pela vinha. Ao invés de ouvir os profetas, eles os tinha tratado mal e os tinha expulsado, teimosamente recusando-se a ouvir. Alguns tinham sido espancados (Jr 26.7-11; 38.1-28) e outros tinham sido mortos (dis a tradição que Isaías foi morto; João Batista foi morto. Mateus 14.1-12) e outros apedrejados (2 Cr 24.21) Jesus estava lembrando aos lideres religiosos que os profetas de Deus sempre tinha sido oprimido, ridicularizado e perseguido de pelo próprio povo de Deus.
O fato de que este proprietário não tinha ainda punido os lavradores pelo tratamento que dispensaram aos seus servos mostra um homem de grande paciência. Isto retratada Deus, que tem sido muito paciente com seu povo durante os seculos, mesmo quando eles teimosamente se recusam a ouvir as suas mensagens por intermédio dos profeta. Assim, o proprietário enviou seu filho para arrecadas os frutos da vinha, com a esperança de que os lavradores o tratassem com o respeito e a honra devidos. Este “filho” se refere a Jesus. Com estas palavras, Jesus respondeu implicante mente à pergunta dos lideres religiosos a respeito da fonte da sua autoridade (20.2). Como o filho desta parábola, Jesus tinha sido enviado em nome do Pai. Ele estava agindo com a autoridade de Deus Pai, O filho tinha sido enviado à nação obstinada e rebelde de Israel com o objetivo de restaurá-la para Deus.
A situação histórica por trás desta seção reflete a lei que a propriedade passaria a qualquer pessoa que estivesse em posse dela quando o senhor morresse. Os lavradores provavelmente pensaram que a chegada do filho (o herdeiro) significava que o seu pai havia morrido, Portanto, pensaram que se matassem o filho poderiam reivindicar a propriedade (a herança) como sua. Assim sendo. mataram o filho. Com estas palavras, Jesus estava revelando aos lideres religiosos que tinha conhecimento do seu plano para matá-lo.
Jesus perguntou aos seus ouvintes o que eles achavam que o senhor da vinha faria com estes lavradores quando descobrisse que eles tinham matado o seu filho. a resposta: Irá e destruirá os lavradores. Durante centenas de anos, os reis e os lideres religiosos de Israel tinham rejeitado os profetas de Deus – espancando-os, humilhando-os e matando-os. Mais recentemente, João Batista tinha sido rejeitado como profeta pelos lideres de Israel. finalmente, Jesus, o filho amado de Deus, já rejeitado pelos lideres religiosos, seria morto. Jesus explicou que os lideres religiosos serial punidos pela sua morte porque ao rejeitar os mensageiros e o Filho, eles estavam rejeitando o próprio Deus.
Jesus acrescentou que não apenas os perversos lavradores seriam mortos, mas também o dono daria a outros a vinha. O julgamento de Deus sobre o povo judeu que rejeitava iria resultar na transferência dos privilégios da propriedade a “outros”, especificamente aios gentios. Jesus estava falando do inicio da Igreja cristã entre os gentios.
Autor: Thiago Bocca